10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (I)

Longe de fazer previsões, enumero alguns pontos a serem considerados por todos aqueles que trabalham no segmento de Tecnologias da Informação aplicadas ao setor de Saúde na América Latina neste novo ano de 2018.

Considerem estes 10 pontos como simples notas baseadas na minha experiência e observação do mercado por meio de conversas com diversos clientes, acadêmicos e o ecossistema empreendedor, minha leitura de RFI/RFP, ou até mesmo conversas com outros profissionais do setor.

 

1. Ano eleitoral na América Latina pode impulsionar a modernização

O Chile lança o seu governo, e o calendário está repleto de eleições presidenciais: Costa Rica, Colômbia, México, Brasil, Paraguai, Venezuela. Outros países, como o Peru, terão eleições regionais e municipais. Estas mudanças de ciclo político, especialmente nos dois grandes motores da América Latina (México e Brasil) costumam estar acompanhados de um certo impulso à modernização do setor de Saúde, ainda que muitas vezes não saia do papel, é um elemento importante a ser considerado na hora de projetar o futuro de eSaúde nestes países nos próximos anos.

2. A Transformação digital hospitalar limitada

Os meios de comunicação nos bombardeiam com este assunto. A verdade é que sob este enorme guarda-chuva, uma grande quantidade de iniciativas públicas e privadas é desenvolvida na região, mesmo que, em alguns casos, se possa questionar se é uma “transformação” ou uma simples digitalização de processos básicos.

Se formos rigorosos com o conceito, acredito que veremos poucas iniciativas sérias de transformação hospitalar completa na América Latina, com maior probabilidade de que estes casos aconteçam em hospitais privados de alto padrão no Brasil, Chile ou Colômbia, com alguns casos isolados no México, Argentina ou Costa Rica.

No entanto, certamente, a principal limitação não está no hardware ou no software, mas no “brainware”, em relação a isso me refiro à atitude e capacidade de nossos líderes setoriais para fazer um refresh em velhas práticas e modelos muito enraizados em um setor que tende a ser conservador em seus processos de negócios.

3. Aumenta do informatização das redes públicas de saúde

Uma pressão é sustentada pela demanda, tanto pública como privada, para a implantaçãode sistemas de PEP -prontuário eletrônico do paciente interoperáveis – (EHR, por sua sigla em inglês, para Eletronic Health Record).

O setor de hospitais públicos na América Latina segue bastante atrasado nas implantações de PEP, com sérias dificuldades para financiar o processo de modernização, devido, entre outras causas, à instabilidade econômica de alguns países, falhasde projetos anteriores, falta de pessoal especializado e, a falta de visão e compromisso limitado do governo em exercício em relação à e-Saúde.

No entanto, há motivos para sermos otimistas, e podemos notar diversos esforços públicos para impulsionar as políticas de e-Saúde e a implantação de plataformas de PEP, como nos casos do Uruguai ou do México, onde o projeto SINBA pode ser um bom referencial para que outros países saiam de sua inércia.

Esperamos que os novos governos eleitos na região em 2018 tomem medidas concretas, que vão além da retórica de modernização usual.

Contudo, em 2018, veremos novas iniciativas públicas para a implantação de sistemas PEP lideradas por governos municipais e/ou regionais. Da mesma forma, na medida em que vamos avançando na digitalização do prontuário eletrônico, haverá mais interesse em iniciativas de intercâmbio de informações clínico-administrativas inter-centros, com projetos locais, municipais, regionais e nacionais. Algumas experiências anteriores, como a realizada na Cidade do México nos últimos dois anos, podem servir de referência regional e impulsionar este tipo de projeto em outras capitais da América Latina.

Continue lendo todas as tendências

10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (II)

10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (III)

Tecnologias da informação no setor da saúde: 10 previsões para 2018 na América Latina