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10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (II)

No artigo anterior, que comecei a analisar as tendências das tecnologias da saúde em 2018, enfatizei a importância do prontuário eletrônico do paciente interoperável, que permite aos hospitais compartilhar dados de saúde e a relevância deste ser um ano eleitoral em muitos países da região.

A seguir, comentarei as próximas três tendências.

4. Crescimento moderado, mas constante, do prontuário eletrônico do paciente na nuvem

O modelo de subscrição de software crescerá de forma moderada, mas estável, com o prontuário eletrônico do paciente na nuvem, especialmente no segmento de hospitais privados de médio e pequeno porte, impulsionado por seus benefícios econômicos e financeiros.

Os sistemas públicos, que poderiam se beneficiar com os modelos cloud – que, a princípio, se ajustariam melhor à sua realidade orçamentária e ao déficit de infraestrutura tecnológica – enfrentam as limitações de suas respectivas regras de contratação e a desconfiança que a tecnologia cloud ainda gera, devido à falta de conhecimento real em relação à segurança de dados.

Noentanto, de acordo com o recente estudo sobre“Adoção de Cloud Computing em Hospitais da América Latina”, da eHealth Reporter: 9 entre cada 10 dos participantes pesquisados se mostraram abertos a adotar esta tecnologia em sua organização.

A nuvem não é mais uma coisa do futuro e é cada vez mais parte do presente, mas seu crescimento em hospitais e centros de saúde da região será gradual e bastante lento.

5. Crescimento otimista do uso de aplicações móveis orientadas à saúde

Do médico que projeta um aplicativo para a sua especialidade, o estudante que cria uma aplicação móvel como tese de graduação a startups que veem nesta tecnologia um mecanismo para criar uma disrupção dos modelos existentes… a tecnologia móvel está impulsionando a inovação no setor.

No entanto, sendo honesto, a maioria das aplicações móveis no setor sofrem do mesmo mal: trabalham de forma isolada e encontram-se desconectadas dos sistemas de informação, prestadores de serviços assistenciais, ou instituições/organizações públicas, o que faz com que o seu impacto real na gestão da saúde seja menor do que o esperado.

6. Estímulo para colaboração/associação público-privada (APP) em diferentes países e novas perspectivas

Em 2018 e nos anos seguintes, o déficit de infraestruturas hospitalares na região continuará a exigir modelos de colaboração público/privado (APP), mas é preciso prestar atençãona posição dos novos governos eleitos frente a este modelo.

Mesmo que haja espaço para iniciativas tecnológicas em modelos de APP, sua aplicação continua a ser a construção de hospitais ou centro de saúde “clássicos”.
Nossa previsão é que começaremos a ver algumas iniciativas de APP com enfoques clínico-tecnológicos, embora seja preciso considerar o grau de entusiasmo e/ou de receio que essas iniciativas vão gerar aos governos e opinião pública.

7. Crescente interesse e curiosidade em relação às tecnologias de Big Data, inteligência artificial e IoT

Muitos falam, mas poucos fazem. Nós ousamosdizer que, na nossa região, veremos muito Big Data/IA/IoT em eventos e congressos, mas poucas iniciativas que utilizam essas tecnologias com fins reais, tanto no âmbito clínico como administrativo.

Para esse tema, não há motivos para exagerar: experimentar e realizar projetos-piloto é um bom quebra-gelo para começar a explorar estas tecnologias, como ocorre nos países desenvolvidos.

As universidades e centros de pesquisa da região têm a oportunidade de trazer a inovação para problemas reais no setor hospitalar, se eles buscamcriar ecossistemas inovadores para medicina, engenharia, robótica, tecnologia de materiais, genética, informática, neurociência e outros segmentos do conhecimento para se beneficiar das chamadas tecnologias exponenciais.