10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (III)
Na primeira e segunda parte deste artigo, comentei as sete primeiras previsões das TIC de Saúde para este ano. Neste artigo, vamos concluir a análise das três últimas tendências.
8. Mudanças incipientes nas relações entre os clientes provedores de saúde e os fornecedores de TI
Em 2018, continuaremos a ver sinais da imaturidade do mercado das TIC de saúde na América Latina. A imaturidade continuará a ser notada tanto na demanda ( consumidores de tecnologia de e-Saúde), como na oferta (fornecedores de tecnologia).
Muitos consumidores de tecnologias de saúde, – geralmente hospitais públicos e privados – devem mostrar um alto nível de exigências em seus pedidos. Ao mesmo tempo, eles têm expectativas pouco realistas em relação ao tempo e ao custo de uma implantação real.
Os fornecedores, em vez de trabalhar com uma dialética formativa, seguem o exemplo e prometem cumprir os prazos / custos que exigem o monitoramento do cliente e condições tecnológicas mínimas, condições que muitas vezes sabemos que serão inexistentes.
Entramos em uma guerra de preços prejudicial para a indústria. Consequentemente, o risco de falha aumenta, bem como as expectativas não cumpridas e a insatisfação de todos os agentes.
Escapar desta dinâmica não é uma tarefa fácil e exigirá mais alguns anos de experiência da indústria.
Neste sentido, precebemos uma tendência e uma oportunidade para repensar modelos tradicionais de colaboração “cliente-fornecedor”, caminhando para modelos de risco compartilhados, que estão sendo aplicados pela indústria farmacêutica ou os modelos de colaboração público-privado acima mencionados.
9. A “previsão” mais simples de fazer sem medo de equívoco: certamente haverá problemas de segurança
O setor de saúde não é alheio aos riscos de segurança intrínsecos pela grande quantidade de inovação tecnológica atual. O crescente interesse em resolvera interoperabilidade dos sistemas de saúde, ao fazer análises avançadas e preditivas ou a capturar dados diretamente do paciente por meio de dispositivos wearables – apenas para dar alguns exemplos – requer a necessidade de abrir portas de sistemas para o intercâmbio de dados com uma grande variedade de fontes.
Nesse contexto, a necessidade de aumentar a segurança é um requisito da e-Saúde moderna.
Em 2018, infelizmente, veremos novos incidentes de segurança que podem colocar em risco os dados dos pacientes.
Previsivelmente, de fato, assistiremos a um crescimento da demanda por serviços especializados e que tenham a sensibilidade do setor.
Os hospitais deverão apostar na segurança dos sistemas críticos como o prontuário eletrônico do paciente, que são essenciais em sua operação e armazenam informações confidenciais que os cibercriminosos desejam ter acesso.
Minha recomendação para os hospitais em relação à segurança dos dados de saúde é que procedam com uma auditoria de segurança do seu prontuário eletrônico do paciente e outros sistemas, e/ou perguntem ao seu fornecedor sobre os padrões de segurança aplicáveis a suas soluções de e-Saúde.
10. Crescimeto do interesse nos investimentos em tecnologias de saúde
Em 2018, devemos considerar o impacto dos investimentos que os operadores externos da região estão fazendo no setor de saúde da América Latina,, especialmente empresas dos Estados Unidos e, em menor escala, da Europa.
A chegada destes operadores, acostumados a um elevado grau de digitalização hospitalar, pode aumentar a demanda de soluções TIC em saúde. Além disso, incentivará a chegada de empresas de tecnologia especializadas, aumentando a qualidade e a maturidade do subsetor das tecnologias de informação em saúde na região.
Por outro lado, vemos um crescente interesse de investidores institucionais e das empresas de capital de risco latino-americanas em investimentos em e-Saúde..
Embora não existam muitas fontes confiáveis para quantificar estas operações na região, esse movimento de capital é coerente com o interesse que os grandes investidores têm em mercados desenvolvidos, onde o setor de saúde é visto com inúmerasoportunidades de crescimento quanto ao uso das TIC em saúde.
Os investidores da região são atraídos pelo potencial de um subcontinente onde há “muito a ser feito”. No entanto, são desencorajados pela imaturidade do setor e as complexidades de se levar inovação a um mercado altamente regulamentado.
Seja como for, claramente há dinheiro no mercado. Assim, aqueles que seguirem com seriedade e alinhados com as tecnologias da informação em saúde e forem realistas, devem fazer investimentos com retorno de médio e longo prazo.
Todas as tendências
10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (I)
10 tendências-chave em e-Saúde para 2018 (II)
Tecnologias da informação no setor da saúde: 10 previsões para 2018 na América Latina