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Interoperabilidade na UTI: melhorar a eficiência e a segurança dos pacientes em estado crítico com a ajuda de dados

Qual a importância da interoperabilidade entre diferentes sistemas de hardware e software em uma UTI? Que aspectos devem ser levados em consideração? Quais são os benefícios?

Interoperabilidade na UTI: melhorar a eficiência e a segurança dos pacientes em estado crítico com a ajuda de dados

É frequente encontrar em uma mesma UTI dispositivos de fabricantes distintos sem comunicação entre si ou que não permitam que se compartilhe ou explore a informação que capturam.

No ambiente da UTI, equipes de profissionais multidisciplinares trabalham diariamente em condições de grande estresse, motivadas pelo estado crítico dos pacientes que atendem, os espaços reduzidos na maioria dos boxes e a grande variedade de dispositivos conectados aos pacientes e que geram poluição acústica e luminosa, entre outras causas.

É frequente encontrar na UTI dispositivos de diferentes fabricantes sem comunicação entre eles, que não permitem o compartilhamento / exploração da informação capturada. Dada a quantidade de dispositivos biomédicos que monitoram o paciente em estado crítico, a interoperabilidade é a chave para manter a celeridade nestas unidades. A comunicação entre os sistemas é uma ferramenta indispensável para otimização de processos na UTI.

A coleta manual de dados relevantes e a volatilidade deles levam a uma perda substancial de informações necessárias para garantir a qualidade e segurança do atendimento. Desta maneira, uma boa arquitetura de interoperabilidade no serviço de Medicina Crítica, deve ajudar a reduzir essa lacuna.

Quais são os benefícios de contar com uma arquitetura de interoperabilidade na UTI?

A correta aplicação da arquitetura de interoperabilidade pode trazer importantes benefícios para a UTI, como:

  • Acesso rápido, em tempo real e confiável de toda a informação do paciente em estado crítico, garantindo a qualidade dos dados.
  • Melhoria da precisão das decisões clínicas ao poder contar com toda a informação relevante sobre o paciente em estado crítico.
  • Armazenamento da informação obtida de todos os pacientes em estado crítico, o que permite o uso destes dados em estudos e investigações que melhorem a prática clínica e os protocolos de atendimento.

Quais sistemas podemos conectar na UTI?

Sistemas software

É recomendável conectar o software de trabalho da UTI com o sistema de Prontuário Eletrônico do hospital.

Os dados mais importantes para interagir e comunicar são:

  • Dados de gestão hospitalar. Permite, a todo momento, ter o inventário da ocupação dos leitos da UTI, censo de pacientes, etc.
  • Antecedentes. Permite interoperar informações do registro completo de alergias e antecedentes de cada paciente e, desta maneira, garantir um atendimento mais seguro.
  • Sistema de prescrição farmacêutica. Uma vez que os médicos prescreveram uma série de medicamentos para o paciente, eles interagem no software da farmácia e imediatamente estarão disponíveis no sistema da UTI, de maneira que se pode visualizar, em tempo real, a informação atualizada da prescrição farmacêutica corrente.
  • Sistemas de Radiologia e Laboratório. A integração do sistema da UTI com sistemas de Radiologia e Laboratório permite aos profissionais de saúde acessar de forma imediata os resultados dos pacientes em estado crítico.

Sistemas hardware

A maioria dos sistemas de hardware que existem em uma UTI é geralmente elegível a estar integrada com sistemas de softwares, seja para receber informações seja para configurações remotas destes sistemas. Os dispositivos mais comuns que se interligam na UTI geralmente são:

  • Monitor multiparamétrico com sensores invasivos e não invasivos. Com este dispositivo se obtém o registro automatizado dos sinais vitais do paciente que se integram ao seu Prontuário Eletrônico, melhorando assim a qualidade e segurança assistencial na UTI.
  • Dispositivos de ventilação mecânica. Permite ter conhecimento a todo momento do status da ventilação, bem como modificar a configuração remota de alguns parâmetros.
  • Bombas de infusão. Por meio dessa integração, consegue-se cumprir objetivos fundamentais, como conhecer qual medicação está sendo administrada no paciente em cada momento e, por outro lado, comprovar e revisar que elas correspondem à prescrição estabelecida pelo sistema da farmácia, aumentando assim a segurança do paciente em estado crítico.

Tecnologia segura e confiável baseada em padrões de interoperabilidade

Uma correta arquitetura de interoperabilidade requer uma boa definição dos acordos para comunicação entre sistemas, baseados em padrões de mensageria clínica como HL7, ASTM, DICOM, CDA, etc. Em outros casos, os acordos estão regulados por protocolos de comunicação proprietários, os quais dificultam ligeiramente a integração, mas, não a impossibilita. Dependendo do caso que se deseja realizar em cada integração, será usado um protocolo ou outro ou variedades dos mesmos. Por exemplo, dentro do HL7, você pode contemplar variedades de sintaxe XML ou ER7 e variedades de nível de comunicação como MLLP ou HTTP.

A escolha da utilização de um protocolo ou outro varia dependendo do nível de sintaxe ou comunicação requerida. Assim, há alguma disparidade em relação a alguns pontos, como se os sistemas que deseja conectar irão trocar informação demográfica do paciente ou simplesmente dados extraídos a partir de um sistema de um hardware; se é uma transmissão em tempo real ou com um certo delay; ou, por exemplo, se é um grande volume de dados mantido no tempo ou um pequeno conjunto isolado.

Para um exemplo concreto, foram listados diversos casos de uso:

Envio de dados demográficos de um paciente entre os sistemas de software. Recomenda-se utilizar HL7 com formato XML sobre HTTP. Isso permite uma maior rastreabilidade dessa informação e possibilita que ela seja exportada mais facilmente com qualquer software que seja capaz de receber mensagens via HTTP (geralmente integração via webservices SOAP).
O envio de dados dos sinais vitais de um paciente de uma forma sustentada ao longo do tempo por meio de um sistema de software. A integração por meio de protocolos padrão via HL7 facilita a integração do sistema. Para reduzir o tamanho e latência da mensageria é recomendado usar HL7 em sua variedade ER7 sobe TPC, também chamado MLLP (Most Lower Layer Protocol).
Envio de dados de um sistema de hardware que não exporta por meio de mensageria de rede. Neste caso, o fabricante oferece o seu próprio protocolo proprietário para integração com o sistema que deseja implementar, para a intercomunicação entre eles.

De acordo com o proposto, se destaca a importância vital de uma correta definição de arquiteturas e acordos de interoperabilidade. Essa primeira fase contribui para o sucesso em cada uma das futuras integrações que serão desenvolvidas com o sistema em questão.

Quais são os pilares da arquitetura tecnológica em uma UTI?

Adrian Molina Calvo, arquiteto de softwares, comenta sobre os três pilares inovadores da tecnologia por trás da solução ehCOS SmartICU: uma plataforma tecnológica aberta e robusta de ehCOS, que permite a interoperabilidade com todos os dispositivos e a aplicação de métodos de Big Data para tratar a enorme quantidade de dados da UTI.

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Adrián Molina Calvo

Engenheiro de sistemas Adrián Molina é engenheiro de sistemas em everis. Ele forma parte da equipe do projeto ehCOS SmartICU.

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